interessante saber....

JOSUÉ DE CASTRO...

Após trinta e seis anos do crime que consistiu na morte de Josué de Castro em seu exílio na frança, no período mais obscuro da história brasileira que foi a ditadura militar, seus pensamentos e idéias torna a cada dia que passa mais atual, pois, a fome infelizmente ainda impera em um modelo avassalador o que cumpre sua “profecia” fruto de sua formidável clarividência, ora formulado décadas passadas.

A fome, de acordo com Josué de castro, invadiu o primeiro mundo, tendo a intensa e maciça migração verificada nas antigas colônias em marcha constante  ás metrópoles. Tal profecia vem se confirmando visto que a xenofobia caracterizada em diversos países (ditos ricos) vem intensificando as contradições sociais. Uma verdadeira metamorfose!

É interessante observar que:

“A fome não é um produto da superpopulação: a fome já existia em massa antes do fenômeno da explosão demográfica do pós – guerra”.

(Josué de Castro)

Em 1965, Josué de Castro defendeu que o mundo dito “desenvolvido” havia chegado a um impressionante progresso técnico e financeiro, porém, de acordo com o empenho na formulação de responsável “governo mundial” o problema seria banido da face da terra. Enfatizou ainda que em vinte anos ou teríamos a abundância para todos ou uma catástrofe generalizada provocada pela fome mundial. Contudo, a perspectiva otimista que norteava a minimização da fome no planeta não foi levada em consideração, em razão da ganância dos países (hipócritas) ricos definindo por sua vez rumos incertos para dois terços da população excluída do planeta.

Essas respectivas previsões incrustadas nas idéias de Josué de Castro voltada para a questão alimentar aliado com a fome, dizimando sem dó e sem piedade populações esquecidas, se concretizam, a partir da publicação de suas obras: Geografia da fome (1946) e Geopolítica da fome (1951) havia uma significativa porcentagem da população que habitava o campo na região vindo definir assim, como prioridade para a pragmatização de seus pensamentos.

Nos dias de hoje, a acelerada urbanização vem modificando a estrutura socioeconômica, originando assim, uma anulação ou inexistência de efetivas e comprometidas políticas públicas deixando de viabilizar, de fato, a permanência humana nas cidades que nas últimas décadas cresce demasiadamente.

Já é comum o problemas da fome integralizar a paisagem urbana bem como a rural, pois o campo se despovoa perdendo lugar para o que se dá o nome de “ agrobusiness”. Já a agricultura familiar defendida por Josué, vem declinando em sua importância.

È de extrema importância recorrer a reflexão sobre o pensamento sólido e atual de um dos maiores humanistas nascido neste país, para entendermos os grandes problemas que assolam a humanidade caracterizada pelas nefastas manifestações que denigrem a dignidade da grande parcela do gênero humano.