A todo o momento me bate a saudade e ter
ao meu lado / mas junto me vem a realidade que me faz sofrer / e eu
entro no dilema se continuo te amando ou se tento te esquecer / mesmo
que eu já não tenha mais opção de escolher, entro na contramão da razão e
vivo intensamente os planos do meu coração para o satisfazer. Não sei
se quando você me abraça e enche seu rosto de graça se é a mim mesmo que
você me ver, se é a mim mesmo que me toca, se é a mim que tu sentes ou se é a imagem e o corpo de alguém que não está presente e que você gostaria de ter de volta ao seu lado.
Amar-te já é fato! Já é realidade! E por mais que tentasse ao
contrário, seria em vão / te esquecer seria uma saída que nem tento
encontrar, pois me perderia no labirinto dentro de mim mesmo e só me
acharia quando visse encontrar você e ate lá eu viveria na solidão.
Como posso te amar tanto apesar da distância que nos separa? / como te
desejar e te querer quando não sei o mínimo que se passa dentro de você?
/ Como me tornei prisioneiro de mim mesmo e achar que a chave da saída
está em você? Como posso ser tão bobo e fazer do seu rosto algo que
tanto desejo em tocar, em acariciar? / Como continuar a ver um mundo de
forma diferente já que não sou mais nenhum adolescente que espera que o
amor não irá me fazer sofrer... Sou bobo! Sou inconsequente quando penso
que não irei sofrer tudo de novo, quando pendo que sou gente!
Por amar e não medir as consequências, por errar e ainda pedir perdão,
por acreditar que existirá um caminho certo quando tudo se torna
contramão / Por não conhecer o que seu olhar quer dizer se um sim é
realmente um sim ou se um não sempre será um não! Vou seguindo e te
amando na contramão da vida porque não consigo mais dominar meu coração.
Na contramão de tudo que já vivi que sofri você me aparece de forma
inesperada e me acolhe como retirante no meio da estrada e na viagem que
tu segues também decepcionada, você decide abrir em seu coração uma
vaga para que eu pudesse te estudar... É certo que não fui alfabetizado e
não tenho curso superior, mas na escola que vivo que sofri, algumas
pessoas me chamam ate de doutor... Mas é um doutorado que esse título
não me agrada e que não gostaria de carregar, pois em matéria de me
magoar, todas as teses eu já estive a vivenciar e até defendi e defendo
quem tanto já me fez chorar...
Hoje, de forma inesperada, como
disse antes, me acolhe no meio da estrada um Anjo sofredor que seguia o
seu caminho sozinho sorrindo quando muitas vezes sentia dor por ter se
entregado de corpo e alma e por ter acreditado no amor e se
decepcionou... Nessa viagem de contramão, acabamos um ao outro
encontrando um coração. Mas, mal sabe você que o meu já está mais
sofrido e mesmo assim você faz do seu mocinha e o meu bandido, como se
eu já fosse acostumado a sentir dor e que já estivesse preparado para
sofrer as consequências desse amor...
S. Jean F. Sarmento
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