sábado, 16 de julho de 2016

Dispenso

Dispenso os rótulos.
Por favor, nem pudica nem “putica”.
Nem Sartre, nem Sutra,
Nem santa, nem prostituta. Sou mulher.
E sou mulher qdo descanso o antebraço na anca
E meu braço flutua, por sobre minha nua cintura
Que enlaço em cintos, laços, enlaces, abraços,
Sim, sou mulher.
Quando me deito, de cansaço, sono ou desejo
E me refaço em sonhos ou me desfaço em beijos...
Quando escolho o rosa e a rosa,
Sou poema e prosa, putz...sou mulher.
Quando calço os saltos, visto as saias,
Misturo-me a indecência da tranparência...
Bordados, rendas, brocados.
Pois é, sou mulher.
Entre raios, braços, juízos, julgamentos, prantos, sorrisos,
Bancos, carros, cigarros, praças, piadas, cantadas, versos,
Amassos, canções, ilusões, verdades, sonhos, choros, cisos,
Crises, emoções, haicai, sonetos, acrósticos...
Entra sonsos, adoráveis, pernósticos, escravos, senhores,
Dores, caças, caçadores...Nossa! Eu sou mulher!!!
E quando for lembrar de mim...
Não force a memória...
Pouco importa, nome, sobrenome, telefone, história...
Lembre apenas que fui o melhor que sei ser...
Uma, mais uma...apenas uma...
Mulher.

(Andréa de Avellar)



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