sexta-feira, 12 de setembro de 2014

CONHECER O (DES) CONHECIDO




 

Como pré requisito para a nota da disciplina Educação, cultura  e diversidade do curso de Pedagogia da UFCG/CFP,  no dia 10 de setembro de 2014 as 09h30min da manhã, tivemos a oportunidade de conhecer um lugar de prática religiosa africana; o terreiro de candomblé.

Ao chegar no lugar, fomos recepcionados por uma pessoa que faz parte da citada religião há 5 anos. Inicialmente, deram-nos as boas vindas, com muita cordialidade, muita educação, coisas imprescindíveis ao ser humano independentemente de qual for a religião. Em seguida fomos apresentados ao ambiente: a casa se chama Ilê Axé Runtó Rumboci que significa respectivamente “casa de força do poço que nunca seca”. Ao adentrarmos o portão são perceptíveis muitas plantas; cada uma com seu significado de acordo com o candomblé.

Passamos a maior parte do tempo no salão onde acontecem as festividades. O mesmo é caracterizado principalmente pelos objetos e adereços que está intimamente fazendo parte da vida de cada um dos membros da casa: no centro contêm um pilão com algumas oferendas destinado ao culto dos orixás; de um lado um conjunto de atabaques; também bastante significativo na religião que marca o ritmo da dança durante os ritos e animam as festas. Também foi explicada a hierarquia litúrgica contida na casa; dando ênfase ao babalaorixá (pai de santo) que se caracteriza pelo governo central (onde o mesmo se preocupa com a organização civil, administração e um “cuidado” com os deuses) da casa de candomblé.  

Sentimos muito a vontade para fazemos perguntas e todas foram respondidas como, por exemplo, a diferença entre candomblé e umbanda, conceitos de divindade e entidade, atividades sem fins lucrativos como o ensino do idioma, da cultura e da dança. Este último aberto ao público. Em seguida fomos convidados a conhecer as outras dependências da casa; estes constituídos por diversos quartos, uma cozinha enorme onde a maioria dos adeptos do candomblé estavam e  permaneceram o tempo todo. Em todo o momento para até um melhor entendimento da turma era comparado algumas festas destinado ao culto das divindades com as festas da igreja católica.  

Diante todo o período que estivemos na casa, fomos muito bem recebidos. As pessoas que lá estavam nos trataram com maior delicadeza do mundo.

Como bem sabemos as religiões africanas envolvem manifestações culturais, rituais, hábitos que na maioria das vezes sofre discriminações por parte de pessoas que não conhecem ou que não se interessam de conhecer, mesmo que seja um pouco da cultura africana, são essas pessoas com conceitos pré concebidos, que deturpam, que ridicularizam as pessoas que são adeptas ao candomblé. 

            A visita ao terreiro de candomblé possibilitou-me conhecer para crer. Em nenhum momento vi ou senti “forças sobrenaturais” (como algumas pessoas dizem) tomando conta de meu corpo. Em nenhum momento vi “imagens demoníacas”. Em nenhum momento vi sangue derramado, cabeças de bode, galinhas pretas ou qualquer tipo de animal depositadas no “altar”. Em nenhum momento fui obrigada a beber qualquer bebida.  

O que na verdade vi foram pessoas como quaisquer outras, que fazem uma opção na vida e que vivem a religião do candomblé em toda a sua plenitude, principalmente no modo de se vestir; as mulheres com saias rodadas; no pescoço com suas guias e que sente muito orgulho de serem “filhos da casa”. Da mesma forma que qualquer católico (a) com o escapulário pendurado no pescoço, que sente orgulho de participar todos os domingos da missa ou um protestante que profere a palavra do senhor.

Tal experiência foi muito significativa para mim. A disciplina em si, me ajudou profundamente a desmistificar concepções que tinha sobre a cultura/religiosidade africana.  Contribuindo consubstancialmente ao enaltecimento do respeito pela religião do candomblé e como qualquer outra.

 

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